Dangbé (lê-se Dambé) para os Mahínos é a maior divindade, equivalente ao Deus criador. Dangbé significa Dan- serpente e gbé- vida, ou serpente da vida. Segundo os ítóns, Dangbé ao morder a própria cauda deu origem à Terra e ao movimento de rotação e translação, sendo a origem do planeta em que vivemos. Dangbé teria reencarnado na terra em forma de homem, recebendo o nome de Dangbésú ou Dangbésen, onde Dan- serpente, gbé- vida e sú- homem. Dangbesen ou Besén se tornou um grande guerreiro, desbravando todo o Dahomey. Destronou Azansu de Savalú, sendo conhecido como o maior dentre todos os povos, por este motivo é o patrono da nação djeji, o grande rei. Besén tem vários títulos, dos quais se destacam Aholo Besén (ou Akolo Besén) e Bafono Deká. Uns acreditam que Besén e Bafono Deká são voduns distintos, porém sua importância é equivalente, levando a crer que são a mesma divindade, com títulos diferentes. É um Vodun guerreiro e agitado. Ficou conhecido entre os iorubás e alguns acreditam que deu origem ao culto de Òşúmárè (lê-se Oxumarê). Vale destacar que, o Vodun não tem qualidades e sim clã e família. Besén tinha o poder de se transformar em serpente, assim como todos os voduns da família Dangbirá. Em sua forma "animal" era agressivo, cospia fogo e acredita-se que sua história deu origem ao mito do Dragão. Mas não é somente de guerra que é constituído os ítáns desse poderoso Vodun. Besén também tinha o poder de se transformar em arco-Íris, trazendo água para seu povo e abastecendo a terra. Ele é o deus da transformação, da devolução e do renascimento. É aquele que trás vida e saúde, símbolo de sorte e progresso. É a divindade do ouro e de tudo o que brilha. Sua presença afugenta a morte, apazigua guerras e trás cura de doenças. Em alguns lugares é filho de Nanan e esposo de Frekwén. Em outros, filho de Akotokwén e irmão de Frekwén. Ainda há territórios que acreditam qu Besén seria filho de Dangballa e Aido Wuedo. Sua origem pode variar conforme os povos africanos, são muitas lendas, muitas estórias, porém sua grandeza é sempre a mesma, reconhecida por todos.Trás em suas mãos o Draká (cetro em forma de lança com duas serpentes) e uma espada dourada, que risca os céus e desenha o arco-íris. Usa dois Ahunjekwe (colar feito de buzios) cruzando o corpo e Brajás (colar feito de buzios intercalados para que parecem escamas de cobra). É o senhor do Hunjeve ou Hunjegbe, colar sagrado que o iniciado carrega após a morte, garantindo a entrada no mundo espiritual, sendo a maior jóia de nossa nação. O ritual em homenagem a Besén chama-se Gboitá (lê-se Boitá) e todos os voduns se fazem presentes. Após o Zandró (espécie de vigília noturna, onde os Voduns convidados se fazem presentes após rezas e cânticos), eles são devidamente paramentados e a cerimônia se inicia, com as divindades saindo já arrumadas no arrebate, sem ser feita nenhuma roda para chamá-los na sala. O Gboitá é carregado por Ògún. Os Voduns reverenciam todos os Atinsás (árvores sagradas) e depois o presente é posto aos pés de Besén, agradecendo pela vida. Seu maior símbolo é o Andè (lê-se Andê) ou poço. O poço simboliza a abundância, uma vez que sua presença significa que não faltará água, além de representar um portal entre o mundo subterrâneo e o nosso mundo, extraindo água do interior da terra, unindo ambos elementos. É cultuado em casal, assim como os demais Voduns de sua família. É o senhor da vidência, tendo grande ligação com Fá (Vodun similar à Òrúnmíllá dos iorubás, deus da adivinhação). Dentro do culto djeji Besén veste apenas branco, cor que representa a realeza. Na África são cultuados mais de 52 voduns do clã da serpente, já aqui no Brasil este número cai bastante, sobrando pouco mais de 12 voduns, sendo apenas 3 iniciados nas casas matrizes. Besén é um desses voduns iniciados na casa matriz, o que fez com que fosse o vodun Dan mais conhecido, cultuado e adorado da nação. Até mesmo os iniciados de outros voduns da família de Dan, falam ser iniciados de Besén, talvez para ficar mais fácil o entendimento dos leigos. Dentro das casas de ketu, Besén se tornou uma qualidade de Òşúmárè, tendo muitos filhos iniciados. Como todos os Voduns Dan, Besén têm seus fundamentos e segredos, sendo necessário muito zelo, cautela e conhecimento para inicia-lo.
Saudação: Ahoboboyí!
Sincretismo: São bartolomeu, São Bento;
Oferendas: Batata doce, banana da terra, ekó, ebò, canjiquinha, frutas, etc;
cor: Verde e amarelo; Amarelo e preto;
Número: 7 (sete) ou 14 (quatorze);
òdú regente: íká;
Algumas ervas: ákòkò, pente de òsúmárè, melão-de-são-caetano, etc;
Dia da semana: terça-feira.
Sincretismo: São bartolomeu, São Bento;
Oferendas: Batata doce, banana da terra, ekó, ebò, canjiquinha, frutas, etc;
cor: Verde e amarelo; Amarelo e preto;
Número: 7 (sete) ou 14 (quatorze);
òdú regente: íká;
Algumas ervas: ákòkò, pente de òsúmárè, melão-de-são-caetano, etc;
Dia da semana: terça-feira.
lindo...boa postagem.
ResponderExcluir