Ájògúns (lê-se Ajôguns) são divindades presentes desde o início do mundo e foram criadas por Òlóòrún, o Deus supremo, juntamente com os Òríşás. Os Ájògúns faziam parte dos duzentos írúnmálés ou ímòlés que tinham a missão de povoar a terra e orientar os seres humanos. Após demonstrar todo o seu poder negativo, Òlóòrún expulsou os Ájògúns do òrún (céu) e os mandou para o áíyè (terra). O nome Ájògún significa "guerreiro", pois essas divindades travaram uma guerra contra a humanidade, se revoltando contra a maior criação de Deus. O mais poderoso Ájògún é Íkú, a morte, que apesar de ser inimiga dos seres humanos é essencial para a renovação do ciclo da vida. Íkú serve à Òlóòrún, porém muitas das vezes quer passar à frente da vontade do grande criador, interferindo diretamente no destino dos seres. Outro poderoso ájògún é Árún, a doença, que faz de tudo para tirar a saúde dos seres, sendo encarregado de ajudar Íkú. Ègbá (Êbá), a invalidez, trabalha junto com Árún, prendendo e imobilizando o corpo humano, deixando-o inválido e incapaz de viver naturalmente. Òfò (Ofô), a perda, trabalha para desafortunar os seres humanos, juntamente com Òsì (Ôsi), a pobreza. Èpè (Êpe), a maldição, é cultuado por aqueles que usam a magia para o mal, é a própria magia negra. Èsè (Êssê), a Tragédia, tem o poder de desestruturar a família e a sociedade, trabalhando com Íkú para levar vários espíritos ao mesmo tempo. Òràn (Orãn), o grande problema, traz agonia e desespero. Èjó (Êjó), a fofoca, contribui para a desunião das pessoas, afastando amigos e criando desconfortos. Èwòn (Êuóm), a prisão, trabalha para tirar a liberdade do ser humano. Todos os Ájògúns querem o mal da humanidade e se fortalecem com o sofrimento. Os sacerdotes que dominam a magia negra, chamados de Òşós (Ôxós), são conhecedores do culto aos Ájògúns e cultam essas divindades para atingir seus inimigos. Os Òríşás são os únicos que defendem e protegem a humanidade contra o ataque dos ájògúns, neutralizando o poder negativo, através de determinados èbós e sacrifícios. Òrúnmíllá (Ôrúmílá), é o grande Èlérípín (êléripím), testemunho da criação divina. Ele usa o Ífá e os Òdús para orientar os humanos como agir na terra, se livrando da interferência dos Ájògúns. Vale ressaltar que os Ájògúns são divindades e não espíritos, kiumbas, etc. Não possuem Èlègúns, ou seja, não incorporam. Os Ájògúns representam o mal para o povo iorubá, similar ao Diabo da cultura cristã.
*Texto Mejitó Rômulo Dangballataví*
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