Um dos Voduns mais importantes do culto djeji e um dos mais perigosos também, Legba tem seu culto derivado do culto à Èşú, porém com lendas diferentes que se encaixam ao panteão dos povos Fons.
É cultuado por toda extensão do antigo Dahomey, em todas as aldeias de culto Vodun. Ele é o grande guardião, aquele que avisa sobre as Ahuangas (guerras) e que garante a proteção e a vitória de seu povo. Normalmente seu òjúbó (assentamento) fica na entrada das aldeias, onde o sacerdote do culto a Legba faz oferendas e mantém um contato direto através de oráculos, para manter-se informado sobre qualquer evento futuro. Seria o filho caçula de Mawú-Lisá, o arteiro, aquele que precisa sempre estar sob os olhares dos pais pois a qualquer momento pode "aprontar".
Por este motivo dizem que Legba foi morar com seus pais no Djí (alto), ora estando na lua com sua mãe, ora estando no sol com seu pai.
Seu culto se espalhou pelas Américas, sendo cultuado no Candomblé, no Batuque, no Hoodoo e na Santeria.
Teve 3 esposas Legbayonu, Awovi e Minona.
No candomblé Brasileiro atribuíram Aiyzan como sua esposa e no Hoodoo ele é casado com Adjesi.
Legba é o princípio físico, o poder do movimento e do dinamismo. É o ser que divide os seres, aquele que individualiza os indivíduos com a proposta de justificar que somos únicos e respondemos apenas por nossos atos.
Seu símbolo na África é o falo (pênis), símbolo da procriação e poder masculino, enquanto que aqui nas Américas seu maior símbolo é a chave, pois seria Legba o único Vodun capaz de transitar entre os mundos, "abrindo" esta porta para as demais divindades passarem.
Dentro do Fá (culto à adivinhação dos povos Fon), Legba é o mensageiro dos deuses, aquele que fala por todos, que traz e leva os recados, por este motivo cultuado por todos os Bokonons (sacerdotes do culto a Fá).
Dentro do Hoodoo é chamado de Papa Legba, sendo visto como um ser velho, que anda apoiado com bengalas, isso devido ao seu sincretismo com São Lázaro, tendo suas festividades no dia 17 de Dezembro.
No Candomblé do Sul é sincretizado como São Pedro, devido à chave e no Candomblé baiano e carioca é sincretizado como Santo Antônio ou o próprio Diabo.
Legba é o primeiro Vodun à ser cultuado no Dolozan, tendo um ritual próprio chamado Legba Lí Lé. Neste ritual são entoadas cantigas de enaltecimento e súplicas, para que Legba permita o culto aos demais Voduns e traga proteção a casa.
Assim como Èşú, seria o dono de tudo que a boca come, sendo ofertado com as mais variadas iguarias rituais.
Sua cor é o vermelho e o preto, algumas vezes o roxo. Seus símbolos o tridente, o falo e a chave. Cultuado no Domingo (primeiro dia da semana) ou Segunda (primeiro dia útil da semana).
Gosta de Gim, charuto e farofa de dendê.
Dono de muitas riquezas, quem cultua Legba garante para sua casa a proteção e a prosperidade.
Ahoboboiy Vodun Legba!
*Texto Mejitó Rômulo Dangballataví*
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